Lá no sertão quando está faltando inverno É um inferno, secam logo os vegetais A nossa vida se transforma em sacrifício É um suplicio para todos animais. Se acaba o pasto, seca o rio e limpa a terra O bode berra, lamentando a sequidão, O rico passa, mas o pobre não resiste, Oh! quanto é triste quando há seca no sertão! Lá na quebrada o gato mia, a onça esturra O gado urra na porteira do curral As abelhinhas deixam logo suas casas Batendo as asas toma logo outro ideal. Fogem marrecas depois que seca a lagoa O pato voa, vai embora o mergulhão, Nem mesmo o sapo lá na fonte não resiste Oh! quanto é triste quando há seca no sertão! A fine ataca, a sede aperta, o gado morre O povo corre, lá não quer ficar ninguém A passarada bate as asas é vai embora A caipora se destina e vai também. Os retirantes levam sol pelas estradas, Casas fechadas, fica grande a solidão Ramos nas árvores, não a vivo que aviste Oh! quanto é triste quando há seca no sertão! O sol esquenta, seca a terra abranda o vento, O sofrimento para o povo é sem igual O fazendeiro lamentando sua sorte Vê o transporte carregando o pessoal Para são paulo, paraná e para goiás Minas gerais, mato grosso e maranhão. Só a cigarra neste tempo é quem insiste Oh!quanto é triste quando a seca no sertão!