Toda noite, Todo dia, É a mesma agonia. A tristeza, Com certeza, Vai chegar E me fazer chorar. Na avenida, Corrompida. Uma leve brisa passa. E embassa o meu triste olhar. Tão cansado de esperar. Na penumbra do meu quarto, Não me farto, De lhe recordar. E a saudade, É tamanha, Que me apanha, Como presa fácil, Na sanha terrível, Da teia de aranha. Toda vida, Mal vivida, com você, Deixou lembranças. Tão amargas, Tão sofridas, E nem por isso eu abro mão Das esperanças. De lhe ver voltar, Chorar, se lamentar, Se acovardar. E com todo o amor Que eu sinto ainda, Me vingar.