Quem me roubou a certeza do pássaro livre Da manhã? Quem a certeza levou E deixou-me na boca do medo Quase expondo esse segredo Que eu não quero dar? E nas salas Não suporto o medo de me revelar Sem chorar depois nos quartos Com as asas presas nas janelas das prisões Quem viu o pássaro preso nos campos vazios Dos salões? Quem seu destino mudou Para as selvas de armas miradas Pras cabeças agitadas Desse meu país E nos vales Beijam flores mortas Por se revelarem mais Com raízes arrancadas Pelas mãos daqueles Que não são irmãos Quem sabe o tempo de regressar Na noite o vento frio O seu canto abafar Não importa, o que importa é voltar E chegar rente às nuvens E se libertar!