Velha estrada antiga boiadeira Levou da história do nosso sertão Onde passou boiada e carros de boi As suas rodas assinalando o chão Igual a dor que assinalou meu peito No chão saudoso do meu coração São as lembranças de um velho passado Daqueles tempos em que fui peão Trago guardado no arquivo da mente Recordações desta velha estrada Parte da vida eu passei viajando Foi vinte anos tocando boiada Comi poeira, tomei Sol e chuva Dormi no tempo em noites geladas Banhei meus pés com águas cristalinas Com o orvalho da relva molhada Somente em sonho hoje posso revê-las Cenas marcantes da vida passada Som de cascos de boi pantaneiro Se misturando ao grito da peonada Seguindo a trilha da cruel saudade Vejo o fim desta minha jornada Me juntarei com os meus companheiros Pra repousar na última morada Dói, dói saudade Que sinto com meus velhos companheiros Dói, dói saudade Por não ver mais boiada e nem carreiro