Caiu a noite na aldeia Eu vi a moça mais bonita Trajando um manto de estrelas Que serenava de magia Inebriado tentei lhe acompanhar Só que o corpo não me respondia Me vi tombado, no chão a te mirar E minha alma só agradecia Foi quando ela acendeu minha candeia Com uma mecha da chama violeta Redemoinhos que revelarão em mim Asas fechadas que doíam para abrir Na minha luta vi que as estrelas caiam Coração inflamado pressentindo o que viria Ouvi um brado, força que desconhecia Veio o Caboclo da Lua me apresentar a Rainha Com a força da seiva que corria no Cipó Veio seu Pena Dourada, Jupiara e Sete Nós O velho pajé da Aldeia, assistia sem piscar A chegada de seu mestre, Caboclo Tupinambá Nos ensinando e para nos curar O cipó leva as pancadas que a vida vem nos dar A chacrona é macerada e fervida até chorar As lágrimas de uma mãe, que por seus filhos se dá A Rainha da floresta E os caboclos do Juremá Salve a força da floresta E a caboclas do Juremá