Caminho de chão marcado por seca Seguindo uma trilha enquanto sonhava Cristais tão molhados que matam a sede Sereia que brilha num poço escuro A nega, menina de pés sobre o chão A nina, me nega que há solidão Cristais de uma chuva lavam nua alma E trazem o futuro pra palma da mão A terra em pingos brilha no vento Olhos de além, cansados ao tempo E ao tempo o vento, bagunça a neguinha Mas ela nunca vê contratempo Com a beleza de um catavento Corre leve, na rua, levando alegria Ao léu Por pura opção fez valer os dias Em que a vó curtia as bacias sem água Com balde na mãe entrava e saía Levando mais vida para sua casa Hoje a nega lembra saudosa, sabendo Que será eterno o tempo em que estava Brindando o simples com o amor da Bahia Bem mais que materno que, ali reinava A terra em pingos brilha no vento Olhos de além, cansados ao tempo E ao tempo o vento, bagunça a neguinha Mas ela nunca vê contratempo E com a beleza de um catavento Corre leve, na rua, levando alegria Ao léu