No fogareiro a esperança e o feijão Sombras da meia luz de um lampião A vida vai passando na favela Nunca dá guarida, diferente da novela Que maravilha! Ne tela nada fica feio assim Dá tudo certo no fim Como um bom folhetim Num canto a oração pedindo pros meus Num de repente um estampido, meu deus! Bala perdida tá no céu A gente vive tão ao léu Sempre à mercê das traições, desilusões Na cara do crime o morro se faz No tráfico a morte por trás Nunca que se tem paz No cara a cara com a fome eu vou só Jogo com a sorte e o coração dá um nó Um nevoeiro sai do chão Eu tenho sempre a sensação De me perder, de me trair, de me confundir E desço a favela e o morro a cantar A trilha pro asfalto tá lá É preciso alcançar A vida segue e eu sigo ao D'us dará a incerteza tem eterno alvará No fogareiro a esperança e o feijão Sombras da meia luz de um lampião...