Um violeiro pouco conhecido Se inscreveeeu em um festival Com sua linda viola de pinho Ele estava feliz afinal Concentrado a espera da hora Isto era mais que natural Acanhado olhava os jurados E um concorrente fora do normal Entre mais de quinze violeiros Tinha aquele que era indecente Os seus modos não era de artista Mas golpista que incomoda a gente Foi chegando bem devagarinho Provocando quem estava na frente Disse, então, ao novo violeiro Sua chance é pequena, pois sou o primeiro O rapaz engoliu as palavras Nada disse ao seu algóz A viola encostada num canto Em silêncio guardava a voz Mas o outro tinha um comparça Disfarçando ele trapasseou Distraindo o novo violeiro A sua viola ele desafinou Quando ele adentrou no palco Sem saber o que acontecia Viu de perto o seu concorrente A chorar de tanto que ria O primeiro acorde errado O segundo foi pior ainda Já não quis tentar o terceiro E afinar já não mais podia Abraçado a sua viola Demonstrando ali seu valor Uma orquestra de dez violeiros E a voz de um cantador O golpista foi desmascarado Neste dia nem classificou Foi embora e pra ser sincero Parou com a viola e não mais cantou