O verso chegou do campo E se aninhou no aconchego Dum regaço de pelegos Regalo de capão mouro Cevou um mate caúno Jujado a mel e canela Sonhando com lábios dela Num beijo de prata e ouro O sol regia o arrebol Com a maragata batuta Seduzindo a rima chucra Amansar-se ao fim de tarde Num devaneio de mate Quando a guitarra chorou Seu verso se declarou Pra sua musa metade (O verso que sai pra o campo É o mesmo que volta às casas Pra aconchegar-se nas brasas Duma morena paixão Por mais bagual que ele seja Nunca será por inteiro Porque o amor verdadeiro Não escolhe coração) Depois que a tarde se apaga Nenhuma luz me ilumina Só as estrelas meninas Dos teus olhos feiticeiros Por isso, minha morena Receba o amor confesso Do coração deste verso Que é só teu por inteiro Já sob a quincha emponchada Com a noite que desceu calma O verso arrancou da alma Seu sentimento guardado E num prelúdio de amor Se vestiu de poesia E foi ter com a melodia Um romance milongueado (O verso que sai pra o campo É o mesmo que volta às casas Pra aconchegar-se nas brasas Duma morena paixão Por mais bagual que ele seja Nunca será por inteiro Porque o amor verdadeiro Não escolhe coração)