Chegou ao bar às três horas da manhã, parou à porta como quem fosse hesitar Com mais dez passos lentos ganhou o balcão, e decidido fez o pedido ao garçom Desejava tomar Vergonha, mas não uma dose somente Queria a garrafa toda, um porre pro corpo e um soco na mente Sentou à mesa e não pôde deixar de notar, ao seu lado um casal de namorados O rapaz olhava a moça sem piscar, aparentemente muito apaixonado Desejava tomar a Mão, a fim de tornar a moça sua nubente Como num ritual sagrado, mantendo quente, um amor ardente Ao desviar a atenção daquela cena, viu dois banqueiros sentarem à sua frente De imediato dispensaram o garçom, e com os olhos procuraram de modo renitente Desejavam tomar um Bem, pra satisfazer um entranho prazer bizarro De preferência que fosse de alguém, tal como se serra um simples cigarro Entra no bar então um grupo de pessoas, que prontamente ocupam as mesas que restavam E como vários não tinham se acomodado, o garçom correu aos que já protestavam Desejavam tomar Espaço, mas não somente uma parte Queriam tudo para o resto da noite, causando alvoroço, fazendo alarde Tendo tomado mais Vergonha que esperava, achou que o ambiente estava carregado Pagou a conta e saiu o quanto antes, além da porta já sentiu-se aliviado Desejava agora tomar um Rumo, mas antes lembrou-se que vida o esperava Notou que a Vergonha surrara sua mente, e não precisaria tomar novamente