Gosto de ver você dormindo estatelada, em hibernação, Na cama ou sofá à tarde ainda que te prefira acordada Aprecio vê-la apressada em casa daqui para ali Com roupa de casa ainda que te prefira sem nada Mas o tempo não passa e atravanca E num susto dispara e me escapa A clássica incapacidade humana em administrar bem o tempo Põe à mesa pratos como a queima de etapas e a efemeridade de um momento Mas se o tempo me escapa e dispara E nesse paradoxo, não passa e atravanca Mas se o tempo não volta ou salta E não há quem possa fazê-lo Ainda me fascina o seu sorriso espontâneo, puro, De uma autenticidade tamanha mesmo que tenha se tornado mais raro Ainda me espeta o seu estilo tão calmo, repleto de paz E humanizado, mesmo que tenha aprendido com ele