Esmeralda vivia de arte e até que era bacana Politizada, andava quase nua de dia e se produzia pra cama Deferia o almoço, o café e o jantar, não tinha preguiça Molhava o biscoito, passava a manteiga e ajeitava a linguiça Mas por mais que entendesse de movimentos e posições Faltavam atitudes, idéias, ideologias e opiniões Consumia com gosto todo lixo imposto que a mídia vomitava De um refrão pegajoso, um artista poroso, a uma reles balada Esmeralda, não vou suportar, não vai dar pra conviver Entre rádios cafonas, artistas banais e debilóides programas de tv Você é incapaz de notar o que eu penso, o que eu toco e o que eu sinto Esse prurido mental me incomoda, me roça, coça até no meu braço