Vivo a minha hora do lobo. Cada segundo sugere um ano que se arrasta, lentamente, pelas ruas, pelos becos, do meu Inferno. Ouço a tirania do silêncio. O arpejo da madrugada tarda e suspende os meus sentidos sob a chuva, sob o vento, do meu Inverno. Sonho a liberdade que me falta. Esqueceram-se as calçadas e os passeios ao fim da tarde, entre as paredes de um claustro eterno. Trato a Saudade que carrego. Um beijo delicado estende-se, sublimado numa breve memória que desperta o Tumulto interno.