É madruga, 3: 25, tô quebrado Tô com sono, sem nenhum e sem nada Minha pequena na sala do parto Esta esperando, a qualquer momento Vai nascer um filho meu E eu aqui, sentado, só pedindo a Deus Que corra tudo bem, com ela e com o neném As dores já se foram, já posso Ouvir seu choro, tá tudo a pampa Mas quase que eu morro Não, não vi o tempo passar De engatinhando, já esta andando E já sabe falar Agora ele está na escola Mas quando ele voltar, eu vou perguntar Oh, moleque! Diz aí, o que você quer ser? Diz pra mim! Oh, moleque! Diz aí, o que você quer ser Quando crescer? Não tenho muita coisa Mas tenho histórias pra te contar Dos homens, do mundo e de tudo Que eu já passei Várias vezes, saí da conversa Fingindo pressa, porque eu não sabia Como te explicar Aqui o que é fácil quase Sempre é errado, por isso que eu Te digo: Tome cuidado! Estenda a sua mão pra quem lhe pede ajuda Não acredite na TV meu filho, não se iluda Seja quem for, empregado ou patrão Trate com respeito, tenha educação! Pratique o bem, seja alguém! Um homem de admirar E amanhã você vai perguntar Oh, moleque! Diz aí, o que você quer ser? Diz pra mim! Oh, moleque! Diz aí, o que você quer ser Quando crescer?