Há quem duvide do que pode uma manhã E, à noite inteira, considera a noite vã Deixa a luz acesa, que só faz lhe cegar Não quer as estrelas, não repara o luar Mas não adianta se o medo é sua fé Sempre chega o dia pra quem quer ser o que é Tudo que se tem não há onde guardar Tudo que se faz um dia vai passar Quem planta a semente não pode se apressar Todo verbo é feito pra quem tem tempo pra amar Há quem calcule o tempo de duração Cronometra o verso, faz do pulso prisão Se sente à vontade só se souber de cor Gasta a vida inteira numa espera ainda maior Mas não adianta se o medo é sua fé Sempre chega o dia pra quem quer ser o que é Tudo que se tem não há onde guardar Tudo que se faz um dia vai passar Quem planta a semente não pode se apressar Todo verbo é feito pra quem tem tempo pra amar Fortalece a mente, essa chama que o tempo apaga Fortalece o corpo, essa fibra que o tempo esmaga Verte o seu sorriso, estende a sua mão Faz valer a pena os segundos da rua canção Ignora o tolo que insiste que a vida é paga Demole do peito o sentido que te separa Alimenta o gesto, estende a sua mão Pulsa um rastro seu e finda, quer queira, quer não Tudo que se tem não há onde guardar Tudo que se faz um dia vai passar Quem planta a semente não pode se apressar Todo verbo é feito pra quem tem tempo pra amar