Eu já me conformei com a direção que as coisas tomaram É egoísmo querer todas as flores num só jardim E se o brilho que te atrai, para mim, não tem importância Talvez seja porque o tempo que passou pra uns, parou pra mim Pois quando cruzo os ombros com as pessoas, nas calçadas De alguma forma eu sei que só acontece uma vez E se os olhares das ruas não me falam nada O colorido dos muros, talvez Eu já me acostumei com a escuridão dos olhos fechados E com a beleza estática dos quadros nas paredes E as paredes invisíveis que se formam entre as pessoas E as pessoas que surgem, e as que desaparecem E quando cruzo os ombros com as pessoas, nas calçadas De alguma forma sei que isso ocorre em todo lugar E se as pedras aos meus pés já não me falam nada Talvez o azul do céu possa falar Qualquer coisa é melhor que a solidão dos dias vazios Quando sentir calor ou frio já não faz diferença Presença ou ausência, é uma questão de ponto de vista Se a distância é uma grandeza desprezível aos pensamentos