Ao escutar a ladainha De quem não pode evoluir E despertar com o pesadelo Dos que temem progredir Bate logo na cabeça Uma vontade de sair Bate logo na cabeça uma vontade de sumir Pra onde eu vá Tá a zoeira impregnando o pé do ouvido Sou um beato, um penitente Sou um profeta, um indigente Sou um romeiro, o tempo inteiro Eu não aguento! Meu Padim disse no tempo passado Que já se viu, tá se vendo e vai se ver Que já chegou o sinal do fim da era Ainda tem tempo do povo se arrepender Eu vou pedir a meu Padim Ciço Romão Pra nos livrar do laço da besta-fera Pra ajudar a subir essa ladeira E os horrores que virão no fim da era Com a cabeça estourando O que tenho a fazer É bater o meu pandeiro Embolando a dizer toda verdade Não há tempo a perder Vou contar toda a verdade Não tenho pr'onde correr Pr'onde eu vá Tá a zoeira impregnando o pé do ouvido Sou um beato, um penitente Sou um profeta, um indigente Sou um romeiro, o tempo inteiro Eu não aguento! Esse zoeira insistente de quem não tem o que fazer A hipocrisia alienada dos que dizem libertar O pensamento programado dos que morrem sem saber Esse suplício absurdo de quem não para pra sonhar O perigo eminente do fanatismo ao redor O conformismo resultante desse maneira de penar E morrer! Vem romeiro, vem cantando O teu lamento estridente O teu silêncio de (?) escapa por entre os dentes No sertão (?) diz resposta à tua chegada no tesouro Em maneira acumulada, nem de prata nem de ouro E muro no de espinho (?) de ser a geração de barro A tua carne como pasta Ele levado partilha (?) Deixa teus olhos de vidro na igreja da Senhora mãe de todas as dores E no Calvário do Horto tanto caminho carregas Nesse rosário de pedras deixa a marca do suplício Que tu trazes em teu mundo ao teatro mais propício O Juazeiro é arena e palco de sacrifício!