Sentado e olhando para frente Ferido e alucinado, a boca aberta e ferida O rosto sujo e cansado Olhei para o céu já escuro, e sorri para receber uma estrela E lembrei daquela rua em que passava, por tantas vezes na vida Com tanta pressa, com tanta angústia, com tanto medo ou receio Passando e não percebendo, que alí existia um canteiro Com plantas, flores e terra, dentro de um vão de cimento Onde na tarde quente, homens sentavam e comiam Contando coisas da vida, contando dores e prosas Cenoura, bife a cavalo, cebolas, tomate e alho Aquele passo que eu dei, ou a palavra que eu disse Fez de você meu amigo e trouxe ódio ao meu pai Busquei respostas correndo, mas nao pensando direito Pisando em beiras de abismos, rodando em tantos rodeios O som que foge da boca, e que alimenta teu grito Hoje ao olhar para o céu, no carro, escuro e sozinho Meu deus, o tempo é maldito, é incerto , é estranho é infinito Não sei lidar com esse tempo, nem tenho tempo para isso Meu Deus, me empreste dinheiro, para eu poder parar minha vida E começa-la do Zero, para procurar minha vida Eu esqueci de viver, eu vivo de olho fechado Eu simplesmente respiro, mas já nem sinto o teu cheiro A vida aqui na minha frente, e grandes amores indo embora Pessoas deixando suas casas, e aquele velho sangrando Meu deus, que droga eu preciso, para me tirar os segundos Me de mais porções de tempo, para eu encontrar um abrigo Mas Deus, que Deus me refiro, nao sei, nao vejo, nao sinto Eu sempre digo teu nome, quando no fundo eu reflito Eu sou a boca do lixo, eu me deixei para o mundo Tornei-me parte do todo, mas ainda busco refúgio Eu penso e quanto mais penso, mais eu me sinto infeliz Procurando uma resposta inútil, que o ser humano não precisa PAra viver, comer, respirar, ver o tempo passar Nós precisamos apenas de dinheiro, passa tempo e sexo E ai continuamos a passar por ruas sem olhar o que tem naqueles canteiros Meu deus, hoje eu ví , eram flores, eram verdes Homens sentavam ali, mas eu to voltando para casa Para casa dos meus pais, fui lá, beijei, conversei, fiz meu teatro E agora quando eu sentei aqui para escrever essa droga Eu percebi, que amanhã quando acordar, eu não vou me lembrar Porque eu sou humano, eu me deixei entregar, eu sou um de todos Sou nada, sou de novo qualquer um, esquecido e jogado na solidão Todos estão de joelhos quando eu estou levantado As luzes se acendem quando eu estou derrotado, e quando eu me ajoelho Todos levantam ... Ha, Deus, erga minha voz, se é que existe voz E se é que você existe, escuta, reflete, atende Atende por favor a minha existencia, me de dinheiro, para eu largar a humanidade E continuar pensando mais e mais, para chegar perto de você Porque a vida que eu levo, só me atrasa, e nem se eu me tornar rico, serei feliz Porque eu nunca vou conseguir nem ao menos , saber teu nome Porque eu sou um, Porque eu sou todos, Jogue o dinheiro para cima e veja o que eu tenho de Real ... ?!