Douglas Din

Preto

Douglas Din


Lá vamos nós, fazer nosso serviço de preto!
Graveto e força! Prata da casa de Gaza e gueto
Gaze, Soweto.
Nazis, sou Eto'o.
Soul, James.
Bonde dos que vão de metro.
Retro no tratar dos games de rua.
No pique-esconde a "bolsa de valores"
Em hipótese alguma a ciência implanta respeito por prótese
Em prol da tese da união. Um!
E hão de convir que pela escravidão ramo dispensando a dó
Esse é meu acordo com outras castas, outros bastas!
Não apelar pra cordas normais, se as vocais tão gastas
Gosto do gesto, "amar ao próximo" que não aproxima
Só aproxima da mente de quem se acha por cima
É re-baixar o tom de voz, clarear meninas
Mary KKK, pros banhados à melanina talvez funcione
Meu desespero é que sempre acham lobos que queriam tá na pele de cordeiro!

Preto, moreninho não, preto
Moreninho não, preto
Moreninho não, preto
Não me olha com essa cara, por crimes que eu não cometo! (2x)

Porque quem não tem chicote caça com chacota ou boicota os serviços
Põe cota para negros e tricota com mestiços
Põe "petisco do cão" num olhar para os atrevidos
Dispostos a justificar a subida dos vidros dos carros caros
Fase ridícula de quem sonha acordar "fim da pegadinha" cai a película
Não, não!
Pega o rumo do Norte
Aqui, até gato preto vai deixar de ser símbolo de má sorte
Morte ou o filho do racista me abana e a mente dele vira "capitania hereditária africana"
Já tinha o sonho de King, tenho outro
Esse é bem mais modesto, é só parar de me olhar de um jeito escroto
Guarde sua grana e grama que come em pratos finos!
Na fauna me enfurno, venço pelo eco dos hinos via afro
Sem pegar a "mão inglesa"
E o que levarem de você, reclame com a Coroa Portuguesa.

Preto, moreninho não, preto
Moreninho não, preto
Moreninho não, preto
Não me olha com essa cara, por crimes que eu não cometo!  (2x)

A coisa ficou preta, é Esparta e mutante igual Spike
Li nos olhos da tempestade a coisa certa a fazer aqui
No "strike" dos pinos de coca vi que negatividade não vem de cor
Que só eu posso me denegri
No sol de meio-dia, que vai onde branco é luto
Lógica colonial
Aqui é o mesmo estatuto
Estado bruto! To correndo, não ancorando
Nem moreno, nem mulato!
Trato de ir me movendo
Não to morando nesse corpo
Namorando essa cor, sou ela "fellas"!
O lado negro da força, pontinho preto das telas
Reis e rainhas, do sertão da tribo!
Ativo nas relações horizontais que dependem se é morto ou vivo
Procurando, agora pra cura
Revisão de acordo! De acordo com a cor da situação
Acordo todo mundo que odeia o Chris
E os que até o esqueleto sabem que são fodas em um único tom de preto!

Preto, moreninho não, preto
Moreninho não, preto
Moreninho não, preto
Não me olha com essa cara, por crimes que eu não cometo!  (2x)