Cinza na janela Desce daí menino Desce e manda ela Parar de te cobiçar Bem nessa cidade O mal da necessidade Nos mostra a diversidade Pra fazer o mal passar Não sara e o tempo passa Morre coçando ou caça Sonho que a moral aborta A rua vai abraçar Cinza na janela Desce daí menino Desce e manda ela Parar de te amedrontar Mal pisa lá fora Bem aonde você mora O explorado e quem explora Parecem se confrontar Mas você ainda é criança Dispense essa herança Assim todos os meninos Tem bom conto pra contar Cinza na janela Desce daí menino Desce e manda ela Parar pra você deitar Bem vindo ao centro Maldito seja o vento Pra quem dorme ao relento Não tem o que aproveitar Rua é via da casa, Coberta é álcool e brasa O que visita dispensa O de casa tem que aceitar Machuca açúcar mascavo Escravo, escavo Escrevo e covas eu cavo, eu cor de cravo Cravado no brasão “brasil” Brigas com rosa Rasuram risos com razão Reza é prosa Própria pra pretos e pardos, com perdas e fardos Fardas farejando feras, alvo de dardos Fonte de dados, alvo de donos de fonte de danos Deu em daninha, sem erva, manos. Minas Mistura brasileira, brasa e fogueira Fuga da figura afro-afegã e sua cegueira Certeira. Cercado e carteira, id Icms, mercado e madeira, ip E põe as mãos pro alto Supõe que o pão na mesa É buscado no asfalto, ofuscado e alteza Abala frente a pente, prevê bala consente Consome “olho por olho”, some “dente por dente” Decadente. Atente A esta estrela cadente Cada ente caído, ido com pedido pendente Perdidos por gigantes, jogados, dados a lua Leões vivos, vigiando a vós... Vem povo, pra rua Sem rumo, nem remo, só cidade e sereno Serão de ser vivo, vivão e vivendo o veneno Morre em linha, em pausa, na pior Gente merecedora Corre, pois minha causa maior é ensurdecedora Cinza na janela Desce daí menino Jesus