Douglas Din

Desacatando

Douglas Din


Opressão exercida de forma astuta
Soca o psicológico, remodela a conduta
De quem se sente exausto demais pra entrar em campo
Ou talvez só ache que o vizinho não vale o trampo

Ou talvez o vizinho nem trampe. Vai! Esquece o punho cerrado. Vai!
A meta é tá por cima até na hora de ser enterrado. Pai!
Como o último a ficar de pé em pé em tempo de vaca magra
Um pra ferrar o outro, todo mundo se flagra

Cumprindo o protocolo escrito na bandeira.
Mantendo a ordem do caos que pra nós já é costumeira
É preguiça em excesso! Moralista em excesso!
O cifrão, a maior expressão de vantagem, põe muitos à margem do nosso progresso

E se eu falo nosso é porque é nosso! Mano
Não tem engano! Afinal de contas isso é vida, eu pelo menos não assinei plano
Quando vim ao mundo. Avistei essa melancolia de background
E excluí da decoração. Bora pro próximo round!

Onde minha noção de etiqueta ou a falta dela dá o tom
Raspa de amianto e tijolo quebrando o clima bom
Da tendência pra ficar mudo que é cultural, natural
Mas hoje não, hoje vamos de vitória no plural!

Descobri que é tudo nós, então evito o ostracismo
O destino final dessa carne diminui um tanto esse abismo
Me aproxima do boy e do punk, do correria e do boçal
Até o mais célebre, todos com uma leve inclinação pro mal

E algo mais que nos amarra é a constituição bizarra
Sabe bem te colocar entre tv, débito e farra
Mas como esse mecanismo não trava no "weekleaks"
Me espelhei em quem trampa muito pra sair dessa "matrix"

E mesmo que só em mente consigo fazer a ponte
E exemplificar pros outros o que há por trás do horizonte
O plano é quebrar tudo, a começar por essa lei
Que nos fixa num ponto só e olha que eu só comecei!