Bebendo sem parar, as horas não passam E respirando o ar gelado entre prostitutas, Travestis, desocupados, Cheiro de luxúria e cerveja me entorpecem Chuva bate forte no chão quente, o cheiro de asfalto Entre você e eu só existe a noite E a vontade de nos encontrar Essa estranha sensação de abandono fica solta no ar Encontro sem hora marcada Esse ruído insistente de silêncio Ligados pelo mesmo sentimento final Esquinas, ruas mudas, espreitando em silêncio Ouvindo-nos andar e arfar Morador das Ruas Precisa ser livre, não se sentir preso a nada e ficar Apenas o mundo sem obrigações O próprio reinado do morador das ruas Só, viver, livre, agora Se essas ruas pudessem ser minhas Eu poderia abraça-las Senti-las vivas pulsando Sugando a vida de quem passa nelas Ou se quisesse destruir tudo como um crime passional Para que isso? Por que não ir embora e esquecer? Estou aqui sei que vou ficar, porque aqui é meu lugar