Dóris Monteiro

Mocinho Bonito

Dóris Monteiro


Mocinho bonito
Perfeito improviso do falso grã-fino
No corpo é atleta
Mas no crânio é menino
Que além do ABC
Nada mais aprendeu

Queimado de sol
Cabelo assanhado
Com muito cuidado
Na pinta de conde
Se esconde um coitado
Um pobre farsante que a sorte esqueceu

Contando vantagem
Que vive de renda
E mora em palácio
Procura esquecer um barraco no Estácio
Lugar de origem que há pouco deixou

Mocinho bonito
Que é falso malandro de Copacabana
O mais que consegue é vintão por semana
Que a mana do peito jamais lhe negou