Dona Iracema

Bichos da Madrugada

Dona Iracema


Os bichos não se submetem, se aquietam, se adequam
Entre as grades da prisão
É que esses vivos-mortos se alargam, crescem
Na barganha da feição

Seria audácia meus peito de farmácia
Atualizando a criação

Seria audácia brincar em minha carcaça
Carne em revolução

Os bichos multifacetados, múltiplos, mutilados
Pela faca do desejo
É que esses mortos vivos vão pra todos lados
Muito além do que eu vejo

Seria audácia meus peito de farmácia
Atualizando a criação

Seria audácia brincar em minha carcaça
Carne em revolução

Se eu sou à imagem e a imagem não me alcança
Como é que sou imagem e semelhança?
Se eu sou imagem e me falha a temperança
Haveria verossimilhança?

Se meu corpo é templo como a tempos a andança
Do meu corpo ruma pra nuança?
É que se meu corpo é templo é templo de minha própria instância
Nosso corpo é o templo da mudança!

Seria audácia meus peito de farmácia
Atualizando a criação

Seria audácia brincar em minha carcaça
Carne em revolução

Cookie Consent

This website uses cookies or similar technologies, to enhance your browsing experience and provide personalized recommendations. By continuing to use our website, you agree to our Privacy Policy