Seu quadro em minha parede, deitei numa rede fiquei lhe olhando Contei mais de vinte espinhos em sua coroa chorei lamentando Sangue sobre a sua fronte, seu olhar distante muito além do céu Tanta gente se mal diz e não traz na cabeça o peso de um chapéu Ê meu pai, meu pai olhai pra nós Quem tudo vê tudo sabe, a boca não abre e a verdade dói O seu nariz afilado, face escorada e a barba fechada Os seus cabelos nos ombros, pés e mãos cravados Ô cruz tão pesada Por ter cometido o crime de fazer o bem e pregar o amor Você só disse a verdade, por isso a maldade o crucificou Ê meu pai, meu pai olhai pra nós Quem tudo vê tudo sabe, a boca não abre e a verdade dói