Kyriake Hemera Especulações vagas sobre a existência A tentativa de mentes primitivas De compreender fenômenos, hoje comuns Dogmas nascidos de devaneios da Idade do Bronze Compilados, alterados e formatados para atender Os desejos de impérios dominantes Cânones que ditam normas de um deus louco e obsoleto Na escuridão, são faróis que atraem para enseadas rochosas Armadilhas de medo e fogo para aqueles Que se prostram diante do altar, conversam com quem não responde E entregam suas vidas ao vazio Glórias para sacerdotes da morte Abutres do pensamento livre Sacrifícios para a expiação da culpa, A ira do fogo que consome demanda Deuses nasceram, deuses morreram Mas seu veneno intoxica ainda hoje Emaranhadas nas entranhas do pensamento, Cacofonias sagradas em vão Devaneios, insensatez Salvação refém do conformismo Repressão a quem relacionar Idéias que possam fazer a mente evoluir Como punir e impedir de ver? A justiça da ameaça põe terror, tísica e febre ardente Consome os olhos e atormenta a alma Te entrega ao desterro e ao saque Esse deus que traz a espada incita multidões ao ódio Com júbilo, trombetas e buzinas, Envia a peste e te entrega aos inimigos Dia do senhor, uma desgraça A soberba se abate sobre sua força Céu de ferro, terra de cobre Entre outros delírios Divindade da pirraça Apedreja e queima a fogo Destrói povos ao fio da espada Fere povos com grandes flagelos Nunca bastam os sacrifícios Enaltecendo dias de vingança Para esperar este dia maldito Templos da morte, morada de fantasmas Kyriake hemera não vai acontecer