Eu estou em toda parte Onde meu povo me chama No terreiro que eu vou Levo sorte, deixo fama Eu faço uma tonelada Transformar em uma grama No corte de uma navalha Eu faço a minha cama Faço fogo virar gelo Não sinto frio nem calor Eu faço ninho de cobra Virar um vaso de flor Eu faço lar destruído Virar um ninho de amor Dos fortes sou proteção Dos fracos sou defensor Navego contra a maré Meu barco não balanceia Faço palácio de luxo Com meio grão de areia Com taça que tem veneno Eu faço prato de ceia Quem anda fora da lei Eu faço ir pra cadeia Moro nas encruzilhadas Gosto de noite de Lua Gosto muito de charuto Cachaça e carne crua Desmancho o que outro faz O que eu faço continua Eu sou Rei do terreiro O meu nome é Tranca Rua