Eu me lembro quando era criança Das histórias do meu velho pai Uma roda animada de truco Numa tarde lá em São Tomás Eu vi muitos truqueiros de fama Ganhar jogo com dois, três e ás Que saudade Desse tempo que não volta mais Certo dia deixei a fazenda Eu ia em busca de uma profissão Viajei esse mundo lá fora Como faz um herói do peão Conheci muitas coisas da vida Vi de perto a evolução Que saudade Que eu sinto do cheiro do chão O progresso me fez ir à luta Conviver com gente importante Muito embora isso me agradasse Mas ainda não era o bastante Eu conheço homens literados Que não sabem pegar num berrante Que saudade Das boiadas de um tempo distante Conheço a vida do campo E a vida da cidade Só não quero conhecer, meu bem A tristeza da saudade Hoje em dia tenho observado Nada mais é como antigamente O berrante ficou esquecido O silêncio é que se faz presente De roceiro eu cheguei a doutor Minha vida ficou diferente Que saudade De um passado que trago na mente