Dikamba Wa Ufolo

Sarjeta de Vendavais (part. Mágico)

Dikamba Wa Ufolo


Sou um condenado da terra
Na caneta de Fanon
Sou a vida que se encerra
Pela vida assassina

Reino desde a idade tenra
Como fez Tutankamon
Mas, sou vítima de guerra
Do sistema que extermina

Cisterna que oferece urina
E leva petróleo
Da pobreza sem vacina
Fruto dum monopólio (Capitalista)

Me conformo na firmeza
Do canto de Ismael Ló
Danço as vezes na destreza
Do pé de Samuel Etóo

Mas, volto a realidade
Do político opressor
Que depois de encher a pança
Dão-nos o prato para lamber

Eu vejo a atrocidade
Contra este professor
Que mataram-lhe a esperança
De pôr a salvo o saber

O terror de Boko Haram
E da polícia tirana
O Uránio e o Coltan
Valendo mais que a vida humana

Vejo um homem bomba
Com o jihad e a sharia
Mas um virus assombra
E nos rouba a euforia

Mametu'e
Mametu olo dila
Mama

E o Congo é a maçaroca
Da galinha ocidental
Velha rica, tão pobre
Morre sedenta na fonte

A corda para sua forca
É um sistema imperial
É o apagão que lhe cobre
E lhe rouba o horizonte

Somos sagrados?
Não. Somos degredados
Mataram a nossa deidade
Salivaram-nos na alma

Degradados
Somos Cabo Delgado
Os livres sem liberdade
Ouros jogados à lama

E o escravo é quem não luta
Quem não fala, quem não sente
Não sai dessa conduta
Pois, apegou-se às correntes

O escravo não acorda
Não rejeita, não discorda
Adormece no crivo
Que destorce a direção

O escravo se acomoda
Com aquilo que incomoda
Ele abraça o nocivo
E mata a revolução

Sei que na verdade
Temos uma paz postiça
Mas, a liberdade
Virá junto com a justiça

Mametu'e
Mametu olo dila
Mama

Ku-Zwela

Se o africano pensasse África
Como o chinês pensa China
Talvez, acreditariamos no paraíso
Pois, viveriamos nela (Áfrika)

Vigiar é preciso!
Sankaras, cuidado com Campaorés ao vosso redor
Há sempre um Mobutu contra um Lumumba
Há sempre traidores para desviar Bikos e Krumah's
Há sempre um fantoche entre nós disposto
A levar a cabo as agendas ocidentais sobre a África