É com o calar dos ruídos que os meus sentidos Se prestam a notar o que diz pelo ar O barulho daquele cômodo trás incômodo Com o que tanto diz, e com o que não diz É com o calar dos meus problemas que os meus poemas Perdem o peso, mas sem menosprezo Ressaltam a paz, mas tanto faz Quero quebrar o verniz, ver onde brota a raiz É o calar do pensamento que dá vazão ao vento Que tem onde agir, e só busco ouvir Vem com doce voz o Espírito veloz Que me consola com o que diz e com o que não diz.