Diego Carlos

Inverno

Diego Carlos


O sol se pôs
Nos meus braços
Ela adormeceu
Teu cheiro doce me entorpeceu
O teu calor o meu inverno aqueceu
E abre o olho sempre tão calada
Não diz nada
Quero tua risada ecoando
Às minhas entranhas conturbadas

Me fale dos demônios
Que te assombram esta noite
Da maldade que condena
E na alma dá açoite
Nos jogando no abismo
De ilusões perpetuosas
Nos cortamos nos espinhos
Sonhando com as rosas

Não sabemos o porquê
E pra quê toda essa terra
Ao invés de ter amor
Ensinaram a fazer guerra
Ao invés do ser humano
Pregam pra que nós amamos
Um pedaço de pano

Nos matamos nos ferimos
Nos traímos nos roubamos
Por tão pouco nos vendemos
Arruinando os nossos sonhos
Por tão pouco venceremos
Se não fosse o passar dos anos
Dos anjos

Interação é um sofá
Um controle uma novela
Muito longe dos presentes
E tão próximos da tela
Muito perto dos ausentes
E os presentes estão convalescentes
Doentes

Me diga o motivo
E o sentido disso tudo
Vamos fugir desta selva
De fantasmas sujismundos
Vamos nos isolar
Para nos reintegrar
Há tudo ao nosso mundo
Mundo mundo ao nosso
Só nosso

Te passo um café
Acorda mulher
O dia raiou a esperança voltou
A noite terminamos a conversa
Mas cuidado com a pressa
Da rotina controversa
Te espero neste mesmo endereço
Com uma saudade enorme que
Me vira pelo avesso
Avesso