Olorum didê ô alafim Foi Palmares que deu o sinal Foi Dunga Tará, foi Ganga, Zumbi Que defendeu o brasão real Ôôôôô Zumbi lá do alto da serra se lembrou Do Reino de Angola, do Congo e Guiné Da Costa do ouro, Sudão, Daomé Da dança de guerra, do canto de amor Da África-mãe quando o negro era o Senhor ôôô Mas um navio negreiro Trazia as sementes da escravidão Entre sangue, chicotes e correntes Sofria o lamento do negro no porão Eram visões e delírios, de tantos martírios De tanto sofrer E Ganga Zumba, Zumbi rezou pra Zambi Pra proteger o seu povo sinherê Na Casa Grande sinhozinho quer Quer plantar a cana, quer colher café Mas na senzala tem batucajé Tem vovó Cambinda no seu Candomblé Pela mão de Olorum surgiu Palmares, Nação Negra do Brasil Ô Aruanda ê, ô Aruanda á Zumbi, Rei do Quilombo, ô Aruanda Foi conquistada a liberdade E em tudo que aqui se construiu A força da cultura negra está presente Pelos quatro cantos do Brasil