No dia mais quente do ano Durante o Sol de meio dia Eu subo na laje do prédio E observo o caminho do vento Dentre as ruas estreitas Tocando as pessoas suadas Que vibram em suas cabeças Quando sentem a brisa chegar Eu imagino suas peles Sentindo um alívio breve E sem medo de continuar É um costume que eu tenho Em todo sete de setembro Assim me sinto mais seguro Aqui no alto sou sortudo Eu sinto a beleza do ar me cortar Mas quando estou lá embaixo Eu tento juntar os pedaços E grito pra todo o bairro Que vivam suas vidas vazias Que sigam pelas avenidas Sofrendo com suas mentiras Enquanto eu vivo sozinho Aqui neste mesmo mormaço Eu me iludo todo dia Na minha mente arredia E é por isso que eu subo aqui Em todo sete de setembro Pra aguentar o ano inteiro No pico do calor do dia Vendo beleza em agonia Pra lembrar do que eu já perdi Naquela tarde infinita Onde a verdade foi dita Já não há mais amor entre nós Eu perdi o meu chão e a razão Meu sangue secou na foz Você largou minha mão Eu perdi tudo assim Nesse dia ruim Levou você de mim Não posso mais ser feliz Nunca mais