Depois de Tudo

Indigente

Depois de Tudo


Por onde eu devo começar?
Sobrevivendo no inferno todo dia, a vida foi difícil pra mim
Um dia fui desprezado
Abandonado num lugar onde ninguém me encontraria pra morrer de fome
Tinha dias que a dor não parava
Todos me olhavam como se eu tivesse que sumir do mapa
Eu não entendia por que incomodava
Como um animal todos me odiavam

Com todos os motivos pra sangrar os que me humilharam
Arrancando do seu peito a mesma dor que eu senti
Nunca vão saber tudo aquilo que eu passei quando
Era um garoto que jamais ia sorrir
Peguei toda angústia
Toda a minha dor
Me transformei no monstro
Que você

Desejou!

Todo seu esquema de me fazer desaparecer
Foi frustrado, pois não tenho medo de você
Quando eu me levantar é melhor você se esconder
Não vai sobrar mais nem um pedaço de carne de você
Olha em que me transformei
Não me reconheço mais
A piedade que havia
Depois de tudo não há mais

Por onde eu devo começar?
Sem escolhas
Mas não vou retroceder
Nem me subjugar
Devo confiar em mim
Acreditar
Pode tentar me atingir
Pois, não dói mais