É então que, feito um poncho Ao homem o envolve a terra Desde o campo até a serra A sombra vai se estendendo E a alma vai compreendendo As coisas que o mundo encerra Esse é o momento de o homem Pensar na sua própria sina Se é uma alma peregrina Busca querência ou carinho Ou morrer pelos destinos É tudo a que se destina No norte eu vi cada coisa Do índio não esquecer Peleias de estremecer De facão de cortar cana Ou com a adaga paisana Que era um pavor de se ver Rara vez mata o campeiro Porque este instinto não tem Ao duelo crioulo se vem Por não recuar um só tranco Faz saber que não é manco E em pelear se entretém Não há serrano sanguinário Nem koya conversador O mais capaz domador Jamais conta suas façanhas E não são muito da canha Acham o vinho superior Cada pago se afeiçoa A uma forma de pelear Quem quer que queira guapear É melhor se prevenir Pra bem de aprender sair Há que aprender a entrar Se agarram a manotaços Igualzito em qualquer parte Mas é uma ciência a parte Usar os modos do pago E aí fica forte o trago Como disse Don Narvarte Riojano é no rebencaço Chileno pecha o cavalo Saltenho na adaga é um pealo Cordobez vai de pedrada Tucumano em cabeçada Ninguém há de superá-lo Sempre o crioulo há de pelear De noite e meio mamado É uma pena, cunhado Que seja, às vezes, por nada Noites de Lua borrada E lindos céus apagados