Sob a luz do poste amarelada, opaca Tem confusão na rua e uma mãe desesperada Com o filho batendo a cabeça nos portão das casa Louco de cocaína e outras droga misturada A visão que eu tinha não era nada bonita Vendo ele no chão, gritando enquanto agoniza Estado agressivo e auto-destrutivo Ele não merecia passar por esse castigo Mas parece que quanto mais pobre mais sofrimento Já não bastava a vida regada a ressentimento Sem pai, sem escola e nem comida pra almoçar No meio dessa miséria alguns escolhem traficar Vão vender umas buxa, uns pino Pra sustentar a mãe, a mulher e o filho Indo por um caminho que todos sabem o final Ou dentro de uma cova ou na cadeia estadual Mas ele não liga, vende o pó e fatura mais O playboy compra pra cheirar na ausência dos pais Quem se deixa levar por essa vida morre só Tromba com a polícia e ela mata sem ter dó Agora diz quem é que vai chorar no seu caixão? Seus amigos fugiram e te deixaram na mão Só mesmo uma pessoa vai sentir a maior dor A mãe que te criou e você decepcionou Dois mano aqui da rua se desentenderam Entraram numa briga e quase se mataram Tiraram sangue um do outro, soco atrás de soco E o motivo daquilo nenhum dos dois lembravam Por puro ego, quer sempre ser o melhor Motivo, de fato, que te faz ser o pior Te cega, te tira o chão e te dá o céu Mas o que sobra é apenas o amargo do féu Poucos daqui conseguem passar da sétima série E aqui vai uma lista de coisas que interferem Drogas, gravidez, ter que trabalhar Desse jeito estudar só vai atrapalhar Lá vai mais uma menor de 15 que já tem filho Morar com um cara alcoólatra e agressivo Tendo que aguentar julgamentos por onde passa E ainda apanha do marido quando chega em casa Agora qual vai ser o futuro dessa criança? Por mais que exista, é difícil ver a esperança Daqui a uns anos vai tá com a mente formada Portando um oitão e fazendo assalto a mão armada E a culpa vai cair nos ombros quem? Hein? Se desde a infância ele nunca viveu bem? Era pra estudar mas foi parar na guerrilha Virou bandido, o desgosto da família Festa é porta de entrada, chave do cadeado Vai na dos amiguinho pra não ser mais zoado Agindo na emoção, pira não, muleke Tá se achando foda sendo marionete Começa na noite, uma dose, um trago E não demora muito pra tá viciado Não conter o engasgo, viver dias tão vagos Em torno do motivo que faz seu estrago Então pense, re-pense, seja racional Olhei ao meu redor e rejeitei esse final Escolhi esse rap, ou cê curte ou cê descarta Mas saiba que meus olhos escreveram essa carta