Delvnny

Escrito Pelos Olhos

Delvnny


Sob a luz do poste amarelada, opaca
Tem confusão na rua e uma mãe desesperada
Com o filho batendo a cabeça nos portão das casa
Louco de cocaína e outras droga misturada
A visão que eu tinha não era nada bonita
Vendo ele no chão, gritando enquanto agoniza
Estado agressivo e auto-destrutivo
Ele não merecia passar por esse castigo
Mas parece que quanto mais pobre mais sofrimento
Já não bastava a vida regada a ressentimento
Sem pai, sem escola e nem comida pra almoçar
No meio dessa miséria alguns escolhem traficar
Vão vender umas buxa, uns pino
Pra sustentar a mãe, a mulher e o filho
Indo por um caminho que todos sabem o final
Ou dentro de uma cova ou na cadeia estadual
Mas ele não liga, vende o pó e fatura mais
O playboy compra pra cheirar na ausência dos pais

Quem se deixa levar por essa vida morre só
Tromba com a polícia e ela mata sem ter dó
Agora diz quem é que vai chorar no seu caixão?
Seus amigos fugiram e te deixaram na mão
Só mesmo uma pessoa vai sentir a maior dor
A mãe que te criou e você decepcionou
Dois mano aqui da rua se desentenderam
Entraram numa briga e quase se mataram
Tiraram sangue um do outro, soco atrás de soco
E o motivo daquilo nenhum dos dois lembravam
Por puro ego, quer sempre ser o melhor
Motivo, de fato, que te faz ser o pior
Te cega, te tira o chão e te dá o céu
Mas o que sobra é apenas o amargo do féu
Poucos daqui conseguem passar da sétima série
E aqui vai uma lista de coisas que interferem
Drogas, gravidez, ter que trabalhar
Desse jeito estudar só vai atrapalhar

Lá vai mais uma menor de 15 que já tem filho
Morar com um cara alcoólatra e agressivo
Tendo que aguentar julgamentos por onde passa
E ainda apanha do marido quando chega em casa
Agora qual vai ser o futuro dessa criança?
Por mais que exista, é difícil ver a esperança
Daqui a uns anos vai tá com a mente formada
Portando um oitão e fazendo assalto a mão armada
E a culpa vai cair nos ombros quem? Hein?
Se desde a infância ele nunca viveu bem?
Era pra estudar mas foi parar na guerrilha
Virou bandido, o desgosto da família

Festa é porta de entrada, chave do cadeado
Vai na dos amiguinho pra não ser mais zoado
Agindo na emoção, pira não, muleke
Tá se achando foda sendo marionete
Começa na noite, uma dose, um trago
E não demora muito pra tá viciado
Não conter o engasgo, viver dias tão vagos
Em torno do motivo que faz seu estrago
Então pense, re-pense, seja racional
Olhei ao meu redor e rejeitei esse final
Escolhi esse rap, ou cê curte ou cê descarta
Mas saiba que meus olhos escreveram essa carta