A pressa expressa a imagem veloz do futuro O homem tem sede, tem fome e nem sabe de quê A gente é o bicho ou semente do fruto maduro Mas será que o que a gente vê é fato ou miragem? E o prazer há de perpetuar? Encara com a cara e a coragem essa roda viva E o povo no fio da navalha puxando o cordão Se lida acende a fornalha da locomotiva Em rota de colisão, por sabotagem E a ilusão há de perpetuar? Ambição que atiça cobiça tacanha Enche nossa entranha de lama e caliça A gana, a grana, a engrenagem, a ordem e o progresso A sanha, a senha, o acesso, o risco, o rumor O tempo presente revela o excesso Então, vá devagar com andor, tudo é de alta voltagem O amor tem que perpetuar Ambição sonhada feita a qualquer custo É alma tendo um susto ao vê-la deformada Ambição é um bicho de sete cabeças Dálias às avessas nascidas do lixo