Açude rompeu a taipa Veio o pasto na mangueira E esta sina estradeira Que faz trocar de rincão Tapera do coração Que o dia se faz imenso E o rancho pariu silêncios Na prenhez da solidão Na distância uma guitarra Numa milonga gaviona E uma china redomona Debruçada na ilusão Brasedo, lua e fogão Dessa crioula vivência E abandonar a querência Pra cabrestear o coração Uma porta para o mundo E uma china no cio A garupa de um mouro E um rancho vazio Estrada, amor e garupa E um gaudério por senhor Tem por sala um corredor Por lampião a luz da lua E o vento na face nua A beijar-lhe com carinho Mas é triste não ter ninho E uma casa que seja sua Gaudério tanto cruzou Que um dia boleou a perna A beleza não é eterna E a china ficou na espera Já não é mais o que era E ao largo o tempo passou E apenas o que restou Foi sonho e rancho tapera