Lá vai ele num trancão desajeitado Lembrar o passado num gole de canha pura Exemplo vivo de uma raça em extinção A evolução rotulou com grossura Ontem ginete domando potro aporreado Considerado um taura do seu rincão Hoje escravo numa sociedade injusta Vivendo as custas das gorjeta que lhe dão Bate nas portas em busca de emprego Não tem sossego seus dias estão mudados Do que já foste um índio taura e campeiro Virou estrangeiro na fila dos deserdados Lá na campanha respirava liberdade Cá na cidade pra tudo tem hora Ente de campo um amontoado de gente Tão diferente dos costumes lá de fora Quem diria que este homem foi tropeiro Um biscateiro cabisbaixo desgarrado Perdeu as forças os olhos não tem mais brilho Vendo seus filhos serem marginalizados Lá na campanha respirava liberdade Cá na cidade pra tudo tem hora Ente de campo um amontoado de gente Tão diferente dos costumes lá de fora