Era manhã de sol, leve manhã, quando eu acordei Nada havia mais além do sol, Quarto, janela e eu Eram brancos lençóis quarando ao sol em fundos de quintais E a estranha impressão que nada sou, mas isso eu já sei E o que me faz querer bem mais do que eu sou Além de um cais, além do mar, além de um amor Tudo se imprime no branco de folhas de papel Egos velados por trás de muralhas de quartos e quintais Não há verdade que possa ser, só quem adormeceu Não há mistérios por desvendar Além do eu e eu. Ó, ido mestre, eu quis falar mas você nem me viu Porquê passei etéreas pontes que você destruiu Hoje eu não penso, eu pressinto o que quero saber E sem conceitos não minto, assim eu posso ver Areias vi, serenas, se sujeitando ao mar Se ondas vão, pegadas são coisas a se apagar.