Durante horas peregrino para uma direcção condenada Vendo paisagens falecendo no horizonte, tão turvas que me cegam No pensamento vagueio imaginado como será o fim Talvez o princípio de algo nunca acabado, nunca escrito Sob o tecto que me guarda, alimento-me de tragédias Descanso numa paz que me engana, que me corrói Longos monólogos deixam a agonia penetrar, para durar De diferentes formas, observo aquilo que me dói e admiro O deleite com feição de carne e pureza Caminho em tempos envelhecidos e ruínas, na presença de figuras tranquilas Em montanhas sombrias e lagos vazios o toque natural revela-se O atrito de algo nunca atingível… o odor de algo memorável Imperfeições sangrentas abatem esta existência fútil Estruturas frágeis e únicas enegrecem e balançam a vontade de viver Com a corda na mão, decido o final Olhos nos olhos, a fortaleza cai sem se levantar, sem reagir Imune ao momento, a Morte marcha sem olhar para trás Sinto lamentos interiores no seio do mundo, sentidos por mim, não vistos por ninguém Os tempos vindouros perturbam o calado eternamente com tristeza A mágoa finalmente chegou…