Da brasa possuída pelo o vento renasce o fogo Em que tempo passado ou futuro, em que vida São a brasa e o vento, ternos amantes humanos? Ela, sobre a relva, como agora, ela, sobre a relva Ele, talvez um grego, marinheiro, ele, talvez Um baiano, um guerreiro, um judeu, um muçulmano Ela, troiana de negros olhos ou Síria de louros cabelos Ela, brasileira, carioca e é flamengo A geografia fica toda revirada A mitologia se embaralha Ele: Negro, persa, budista? Ela, de onde mesmo que saiu? Quem em juízo perfeito se importa com cores ou raças distintas? Corpos humanos se enlaçam ao vento e a brasa os consome Não se perguntam de onde vieram, o que são e o que fazem da vida Só e simplesmente se enlaçam ao vento e a brasa os consome Quando? Como? Quem? De Jerusalém, Cuiabá? Quem quer saber de onde você vem? Índio alemão, negra esquimó, maceió Que nada, a raça humana é uma só