Lá no alto da serra, as folhas dormem a terra As mãos alcançam a Lua Vejo sua lembrança, nem a vista alcança A estrela só dança nua A tarde vem cantando, o céu avermelhando Eu me agarro a viola Sonho um pontilhado, um pra cada lado A noite então nos consola Nuvem de pirilampos, cintilou os campos A noite até declamou Sobre um cavaleiro, pelo ribeira inteiro Que o mar ao céu se ligou Veio a madrugada, veio disfarçada Como donzela chegou Dançou cantilena, em asas de falena Por sobre a mata voou Aprisionou o vento, em anéis e sentimento O sonho esmoreceu Cantou em despedida, a voz entristecida E o dia amanheceu