Conheço uma velhinha que anda toda empinadinha, Ainda pensa em namorar. Diz que ainda é muito forte, que enquanto não chega a morte Da vida ela quer gozar. Diz que agora é esquisito, que houve tempo mais bonito. Quando lembra dá fissura, Pois lhe bate uma vontade de matar sua saudade Dos tempos da ditadura. Ela pegou a ditadura. Ela abraçou a ditadura, E defende com vontade. Diz que ainda tem saudade Dos tempos da ditadura.