O poeta e o garimpeiro, Caçadores de ilusão. Um tem dom aventureiro, O outro, lume das mãos. O poeta usa o tinteiro, Pousa a pena no papel. Faz treva virar luzeiro, Põe no sal gosto de mel. A palavra é um diamante, Guarda mistério profundo. Se for falsa, perde o encanto, Fica o verso moribundo. Palavra é pedra preciosa, Brilha no céu do poema Quando escrita, silenciosa, Lapidada cobre o tema. O garimpeiro procura A aurora de um diamante. No fundo da mina escura, Sol oculto no horizonte. Há nos dois a semelhança Nas linhas de cada mão... Um lavra na folha branca, O outro, na entranha do chão. A palavra é um diamante, Guarda mistério profundo. Se for falsa, perde o encanto, Fica o verso moribundo. Palavra é pedra preciosa, Brilha no céu do poema Quando escrita, silenciosa, Lapidada cobre o tema.