Daniel Bueno

A morte do vaqueiro

Daniel Bueno


Numa tarde bem tristonha 
Gado muge sem parar 
lamentando seu vaqueiro 
Que não vem mais aboiar 
Não vem mais aboiar, tão dolente a cantar 

Tengo lengo tengo lengo tengo 
ê gado ô 

Bom vaqueiro nordestino 
Morre sem deixar tostão 
O seu nome é esquecido nas quebradas do sertão 
Nunca mais ouvirão seu cantar meu irmão 

Tengo, lengo tengo lengo 
ê gado ô 

Sacudido numa cova 
Desprezado do senhor 
Só lembrado do cachorro que ainda chora a sua dor 
É demais tanta dor, a chorar com amor 

Tengo lengo tengo lengo 
ê gado ô