O sangue que hoje corre no meu corpo Não é da cor do sangue como todo mundo acha Não é feito da química da vida Daquele derramado pelo chão de praça É de geleia azul como de um mar profundo Tem toda cor que tem no mundo e toda raça É um sangue branco, negro e amarelo Um sangue bugre, índio, uma cachaça E o plasma vira-lata é como um mel Ou um fel de uma ave muito rara Um combustível, um gás, uma alquimia De sal e de mercúrio, sangue de uma águia É um tipo de líquido energia Um magma fervido, um misto de ouro e prata Um querosene estranho iluminando a mesa Uma eletricidade, inusitada Talvez nem seja sangue, mas isso não importa Talvez seja só lágrima pingando na gravata Mas se é o indefinido me transforma Num homem que tem sangue de barata É um tipo de líquido energia Um magma fervido, um misto de ouro e prata Um querosene estranho iluminando a mesa Uma eletricidade, inusitada Talvez nem seja sangue, mas isso não importa Talvez seja só lágrima pingando na gravata Mas se é tão indefinido me transforma Num homem que tem sangue de barata