O som, o dom, o sopro, o semitom A nota, a clave, o eco, a criação O om, o ar, nascer, enche o pulmão, a pausa. Notar a nota é perceber, O arrepio, a calma, o prazer O afundar, morrer, renascer, ressurreição A palma, o grito, o riso. O silencio do paraíso O cantar de uma coruja antes de armar seu bote ao chão O som do sopro o lábio em simetria Da batucada o homem já sabia, Que a cabaça do berimbau Se acompanhar um chocalho faz um som legal O canto as vozes a união, o baixo, a bateria, um violão, Piano, flauta, atabaque, e pandeiro Violino, reco-reco, clarinete, acordeom. O relaxar o entrar no som, um instrumento tocado à mão Inigualável o viver desse momento tão sublime O amor, a ejaculação. O som a concepção. E o barulho vem da britadeira Cidade, carro, buzina, queira ou não queira A inquietude a loucura a beira de uma surdez Mas qual a nota dentro de mim De dó à sol, de si a mi Do bel prazer nasce um novo som, De mim pra ti.