Deixo a onda me levar e espero nunca mais voltar ao cais das dores que senti. Com os dedos rasgo o mar e me entrego a mundos que não mais farão parte de ti. Ah, Stella Maris guarda um bom rumo pra mim, que não quero desistir. Que, se a vida é amarga o pouco doce que me diz já me faz alguém feliz. Que tudo agora é tão estranho e até os sabores me escapam. Visto que minha luz da vida já não se encontra aqui. Quando as nuvens cobriram teu brilho a tempestade me atingiu. E este teu servo, infausto, nunca mais sorriu. É um vazio que consome, deusa minha, e que arde. Que tive mãe, minha rainha, e tive amores. Rudes. Tolos. Frios. Mortos. E hoje naufrago aqui pouco a pouco à ponte em chamas. Deusa minha, quem me ama? Quem quer este ser febril? Me dá teu conforto então que é tão ruim viver em vão e ainda penso em sorrir. Que neste mar em que me perco carrego um coração seco e cansado de fugir