O meu canto é um canto urbano Projetado em escritórios e Dormitórios de apartamentos E não faz sentido nem para mim mesmo É enjaulado criado em abrigos de concreto Tem vergonha e medo da natureza Seus bichos e seus insetos O meu canto é estúpido mas tenta se libertar E logo é capturado pela tela de um televisor É frágil exilado e triste Sorri ao balanço do samba e do futebol Paulistano criado na praia Tem brisa, poeira, tédio, fumaça E cimento na alma